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Generalidades com Especificidade

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segunda-feira, 15 de março de 2010

O Novo Sol Nascente


Finalmente foi lançado o mais recente disco póstumo de Jimi Hendrix. Com a rapidez dos meios de comunicação, leia-se internet, a essa hora todo mortal apreciador de Hendrix, já está calvo de saber detalhes e minúcias deste lançamento.
Janie Hendrix a meio irmâ de Jimi, que aparece em algumas fotos com o guitarrista, quando menina, é por assim dizer a diretora da empresa que controla o material do artista. Ela convocou o mago dos estúdios Eddie Kramer, que restaurou, normalizou, colou e reeditou um belo álbum de músicas de Hendrix. Polemica à parte, de que se é material inédito ou não, fica para os comerciantes e empresários discutirem. A verdade e de que se trata de uma obra muito bonita, feita por quem conhecia o som de Hendrix como ninguem, Kramer se esmerou em produzir com as melhores técnicas de estúdio um disco que tem a sonoridade moderna e perfeitamente comerciável, entre o público admirador do guitarrista.
Discordo de alguns que dizem se tratar de material apenas para colecionadores. Pois acho que o álbum pode ser ouvido como algo novo, trabalhado em cima de material pré-existente, pois colagens ou não, os solos e as bases viscerais de Hendrix estão ali. Creio que da forma que ele as montaria, caso trabalhasse com Kramer nessa finalização. Para quem como eu é admirador do músico, e que gosta até das picaretagens de Alan Douglas, pois escutei muito o "crash landing" e "midnight lightning", esse lançamento é um prato cheio de delícias, nessa mesa farta de porcaria que é a música atual. Conheço bem a obra de Hendrix e vejo a chegada desse trabalho como um somatório na sua estrada musical, bruscamente interrompida naquele hotel em Londres em setembro de 1970.
São versões diferentes da que costumamos ouvir em seus discos oficiais, como a magnífica "hear my train a coming", a swingante "Mr. bad luck" tem o balanço soul de Jimi, e em "Bleeding Heart" somos brindados com uma versão mais rápida desse clássico, "Ships passing trought de night" tráz o lirismo da melodia inconfundível dele. Algumas musicas são takes alternativos, outras são puramente "jams" de estudio, mostrando um Hendrix criativo e interado com os companheiros de banda. Mas o melhor mesmo é escutar e ter a própria opinião. De qualquer forma Eddie Krammer conhecia como ninguém a Jimi Hendrix e seu talento musical, e se queríamos algo "novo" de Jimi Hendrix, acredito que essa foi a melhor forma de apresentá-la. Kramer já produziu boa parte da história do Rock e esse é mais um capítulo nessa trajetória. O que sei é que as mixagens foram feitas a partir da fitas mestras originais, o que por si só ja garantem uma boa qualidade sonora, diferentemente daqueles lançamentos do final da década de 70 e anos 80, que ao que parecem eram feitos a partir do próprio disco de vinil. Agora levantou-se um véu, e tudo parece bem mais claro aos ouvidos. Vivas para Kramer, Janie e Jimi.

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