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Descobri o disco e a música fenomenal do Pink Floyd, na trilha lisérgica do álbum "The dark side of the moon" de uma maneira muito legal. No final da década de setenta, era a onda máxima de Guaiba, frequentar a discoteca "A Cocota" nas dependências do Clube do Comércio da cidade. A onda da Disco Music, John Travolta e seus asseclas, ainda batia forte por aqui, e todos sábado era dia de colocar a indumentária da moda, ensaiar alguns passos para não fazer feio com a namorada, e ir a luta. As noites invariávelmente eram muito divertidas, sem os exageros etílicos de hoje, e sem o consumo desenfreado de substâncias nocivas à saúde. O que se permitia era no máximo o uso ritualístico de um baseado.
Após a noite de dança frenética, era comum que o DJ. (disq jóquey) na época, sempre tocasse para finalizar a festa, algum disco por inteiro, que servia para acalmar os ânimos, e preparar para o longo retorno para casa, invariavelmente a pé, e de madrugada. Nessa noite, já quase dia, Mr. Hélio o DJ. preferido da cidade colocou para rodar o agora famoso àlbum do "prisma" do Pink Floyd.
Aqueles sons de coração pulsando, seguidos por uma rajada sonora, da hélice de um helicóptero, que desembocavam suavemente em "Breath" foram os 1:30 minutos mais incríveis da minha juventude. A respiração estava suspensa, o coração batia muito forte. Pelas únicas duas janelas da pequena sala da discoteca, o sol começava a surgir magnífico por sobre o não menos magnífico lago Guaiba. O silêncio reinou entre o educado público, não mais que 50 pessoas que lotavam "A Cocota". No acorde final de "Eclipse" eu havia acordado para uma nova vida e no outro dia até minha roupa já não era mais a mesma. Dali em diante comecei a perceber a música de uma forma que nunca havia percebido antes, e passei a me interessar ainda mais pela vida e suas coisas.
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