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Em 1977, eu havia assistido o filme "the Songs Remains the Same" que registrava a magistral performance do Zeppelin no Madison Square Garden em New York, no cinema Astor, na Benjamin Constant. Tinha claro,desbundado, pois o Zeppelin era minha banda preferida por aqueles dias. Mas o impacto verdadeiro com essa obra prima, se deu dois anos depois em 1980 no cinema Bristol na Oswaldo Aranha.
A sessão seria a meia-noite, em um ciclo de filmes de Rock, que já estava acontecendo ha dias, sempre nesse horário. Cheguei as 23 h. e a fila já era enorme, sugerindo que pelo lado de fora já havia sem dúvida lotação para no mínimo duas sessões do filme. A turma era ruidosa e composta de fâns da banda, não havia nenhuma senhora com sacola de super mercado na fila, eu garanto. A multidão era composta quase que única e exclusivamente pela fauna do Bom Fim daquele tempo, que já se mostrava empolgada no momento. Abertas as portas para a primeira sessão, e já houve um pequeno tumulto na entrada, pois todos queriam os primeiros lugares na apertada sala do Bristol, o que foi constornado eficientemente pelo bilheteiro e um assistente.
Transcorria aquela primeira sessão normalmente lá dentro, mas do lado de fora a situação era um pouco diferente, pois com o inicio da madrugada, mais gente, que saia dos bares ia se incorporando as fileiras para assistir ao filme, o que exigiria mais de uma sessão extra, o que certamente não aconteceria. Quando houve o intervalo entre as sessões, para o ingresso na próxima, que conforme anunciado seriam duas, aconteceu mais um tumulto, com o mesmo motivo do anterior, entrar primeiro para pegar melhores lugares, pois dessa vez era bem maior o numero de gente para aquela sessão. Para organizar melhor a entrada da massa, o staff do cinema, dividiu a entrada das pessoas em duas etapas, pois a fila estava muito desorganizada. Quando a porta foi fechada, foi chutada e esmurrada pelos fâns da banda, parecia que o proprio Zeppelin estava lá dentro, e esses ânimos foram exaltados pela cara de felicidade e êxtase que os espectadores exibiam quando saíram da primeira sessão. Vidros foram quebrados, latas de lixo da frente do cinema foram chutadas, até que apareceu a Brigada Militar e os ânimos foram acalmados. Foi acertado que todos entrariam, mesmo que lotasse a ponto de não haver lugares para sentar. Meio tímido e com um pouco de receio daquels malucos fiquei entre os últimos a entrar, mas entrei. Mal passando a porta que dividia a sala do corredor, já tive que me sentar no chão, pois o volume de gente era grande, mas surpreendentemente, estavam relativamente quietos, salvo o ruído das conversas animadas. Não teve introdução, o filme começou direto, e às primeiras pancadas de "Bonzo" na introdução incendiária de "rock 'n roll, lá estávamos literamente aos pés da mais fabulosa banda do planeta. Já era madrugada quando saímos da sala, chovia torrencialmente, e a solução para escapar do temporal, foi entrar no "Lola" para beber cerveja e conversar até amanhecer. Parecia que tínhamos visto Led Zeppelin ao vivo naquela noite chuvosa do Bom Fim.
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