O Pink Floyd é umas das bandas mais
emblemáticas de toda a história recente da música mundial. Eles são como os
Beatles que qualquer menino de rua, senhor de repartição pública ou jovem na
flor da adolescência, mesmo nunca tendo escutando conscientemente uma musica
sequer deles, basta pronunciar o nome que qualquer um sabe do que se trata.
Mas nem sempre foi assim, o P. Floyd já foi uma banda obscura, que tocava em
porões de universidades e em pubs enfumaçados de Canterbury na Inglaterra. Aqui
no Brasil eles somente ficaram verdadeiramente conhecidos depois do estrondoso
sucesso do filme de Alan Parker "The Wall" com a fenomenal trilha
sonora composta pelo baixista e cantor Roger Waters e interpretada por ele e o
resto da banda. Separei-os dessa forma porque nessa época eles vivam um
processo de separação já irreversível, inclusive com disputas judiciais em
torno do uso do nome da banda
sem a presença de todos os membros. Nome esse
requerido pelo guitarrista e cantor David Gilmour que pretendia
dar prosseguimento a saga do grupo sem a presença de Waters e tendo engrenado
décadas a fora um série de álbuns de sucesso sem o baixista. “A primeira década
do Pink Floyd foi marcada por dois álbuns que o consagrou como o rei do
underground do rock progressivo, “The piper at the Gates of down” de 1967 e” A
saucerful of secrets" de 1968. O primeiro integralmente com a participação de seu criador e mentor, o
maluquérrimo e talentosíssimo guitarrista e cantor Syd Barret, e o segundo já
com David Gilmour e com a participação ocasional de Barret, que vivia um
processo de degradação mental por conta do histórico familiar e do uso abusivo
de alucinógenos. No terceiro trabalho da banda, a trilha sonora para o filme
"More" de Barbet Schroeder de 1969 Syd Barret já era passado dentro do
grupo, mesmo tendo sido relembrado em canções em álbuns posteriores. Smoking
Blues foi um álbum pirata do qual as gravações foram roubadas diretamente da
mesa de som na apresentação que a banda fez em Montreaux em 21 Nov 1970
no Montreux Casino, aquele imortalizado na canção "Smoke on the
water" do Deep Purple e que pegou fogo em meio a um show do Frank Zappa and
the Mothers of Invention. Bem, o pirata deixou de sê-lo e foi lançado oficialmente
em 1995 pela Funny Boot Records como um cd duplo, que apesar de trazer Syd
Barret em uma foto do grupo na capa e contracapa, ele não participou da
apresentação. As faixas em numero de sete, a maioria com mais de dez minutos
trazem aquele Pink Floyd ainda com o sotaque underground, com longas passagens
instrumentais em blues psicodélicos carregados da genialidade da banda. Peças
como "Atom earth mother" que ganhou uma versão reduzida de dezoito
minutos (Já que a original é uma suíte de 23h44min, dividida em diversos movimentos) mantendo a característica sinfônica épica original. "More blues" aparece vestida onde teclados e guitarra tecem uma colcha de retalhos
surrealista embebida em ácido lisérgico, ou "Fat old sun" que dos
originais cinco minutos e vinte e três segundos tornou-se uma peça louquíssima
de mais de quatorze minutos, e por aí se vai. "Just Another Twelve Bar Blues" tem aqui a sua estreia em disco. Essa magnífica obra chegou-me as
mãos em 2008 mais de dez anos depois do lançamento, nem sei se foi lançada
oficialmente por aqui. De qualquer forma sempre é tempo de se ouvir e re ouvir
esses ícones do progressivo originário da Cena musical Inglesa que ficou
conhecida com “Canterbury Scene”. Descubra e boa viagem!
Faixas:
Disco: 1 1. Astronomy Domine 10:35 2. Fat Old Sun 14:07 3. Atom Heart Mother 18:36 Total Time: 43:20 Disco: 2 1. Cymbaline 11:41 2. Embryo 13:09 3. Just Another Twelve Bar Blues 5:30 4. More Blues (fades out) 9:17 Total Time: 39:40
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