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Generalidades com Especificidade

Generalidades com Especificidade

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Márcia, minha Grace Jones.

Ontem vi a Márcia, amiga de mais de 25 anos e que faziam outros tantos que não a via, linda como sempre, como na primeira vez que a vi. Era uma tarde de calor intenso, em uma época que as praias do Rio Guaiba ainda eram muito frequentadas, as estradas para o litoral ruins o que fazia com que a maioria da população ficasse na cidade nos verões. Eu estava a uma sombra na beira do rio, perto de umas pedras quando vi ela surgir na água, caminhando com dificuldade por cimas das mesmas pedras que se estendem até o rio, estão lá imóveis até hoje, como não poderia ser diferente. Márcia linda, corpo escultural, magra mas com curvas deliciosas, negra pele tostando mais ainda no sol, bikini minúsculo, púbis delicada, seios firmes e um rosto de uma deusa africana. O que mais me chamou atenção à primeira vista foram seus enormes olhos, de um verde lindo contrastando com sua pele de veludo marrom. As pupilas grandes com uma íris multicolorida onde se destacava o verde musgo de uma intensidade enlouquecedora, o cabelo tipo "carapinha" emoldurando um rosto simétrico, perfeito e uma boca carnuda e maravilhosa. Eu a olhei, ela me olhou e nos apaixonamos no ato, conversamos alí por horas a fio, mesmo com o protesto da sua irmâ que estava junto com ela, também muito bonita. Sua irma cansou de esperar e foi embora, tomou outra direção com algumas amigas, rindo e correndo pela areia. Resolvemos entrar na água, o que fizemos de forma natural, conversando e trocando carícias ocasionais e pretensiosas, e em poucos minutos estávamos nos beijando ardentemente, com o tesão a flor da pele, quis transar, era necessário, mas Márcia resistiu, dizendo que á água era inadequada, podia lhe trazer alguma micose ou ou qualquer outra coisa, mesmo assim introduzi o membro em seu bikini e roçando a glande em seus pelos pubianos gozei fartamente, ao mesmo tempo que fitava seus olhos verdes sedentos. Essa foi minha primeira vez com Márcia, nos meses seguintes fizemos amor em diversos locais da beira do rio, desde a Alegria até a Florida, sempre em contato coma natureza, em cima de pedras, nos juncos secos, na grama etc. Um dia ela permitiu que eu penetrasse seu delicioso cuzinho dentro d'água, menos de dez minutos depois de uma transa fantástica debaixo de uma frondosa sombra de um jambolão, que visito frequentemente na beira do rio em umas pedras de um antigo pier na vila Elza. Eu sentei em uma tábua, confortavelmente escorado no velho jambolão, membro em estaca, Márcia me abraçou e enrodilhou-se em meu pescoço, relaxando todo o seu peso, de cócoras sobre mim, quase desfalecendo de prazer. Gemeu, urrou e gozamos junto, copiosamente em êxtase, quando abri os olhos, com os fluídos de Márcia escorrendo por minhas virilhas junto com os meus, espessos e mornos, fazendo uma poça logo abaixo da minha bunda junto a tábua que fazia de banco, essa foi a minha primeira visão, exatamente assim como na foto, acredito que no mesmo horário, pois fiz essa foto em homenagem a esse momento e muitos outros que tivemos ali. Insinuei algumas coisas ontem para a Márcia em nossa rápida conversa, claro ela não respondeu, como eu tem família e é uma grande mãe, esposa e dona de casa. Deus abençoe a minha querida Márcia, que me proporcionou os meses mais felizes do ano de 1984.


Márcia II
Um dia íamos pela avenida principal da Alegria, eu e mais três amigos, quando um deles me disse que uma menina me chamava alí no barranco, na descida pra praia em uns eucaliptos, que ainda estão lá. Era a Márcia, passamos a tarde juntos e fomos até as pedras na divisa com o terreno da empresa de celulose, ficamos no fim da tarde, apreciando o rio e a maravilhosa brisa do anoitecer. Transamos em cima das pedras, meus joelhos ralaram e a bundinha linda dela ficou marcada, suamos em bicas. Foi a primeira vez que vi a vagina de Márcia, era linda, uma gruta perfeita, vermelha contrastando com sua pele marrom, poucos pelos pubianos, ralinhos. Márcia gozava rápido, em poucos minutos, um dia teve um lindo orgasmo apenas sentada em meu joelho direito, encharcava a calcinha, na verdade um calção adidas muito curto, sem sunga que ela usava sempre, quando tirava o bikini.

Márcia III
No final do ano de 1984, recebi um convite de uma amigo para trabalhar com ele em Candiota, então um distrito do município de Bagé, a primeira coisa que pensei era de que teria de deixar Márcia por um longo tempo, já que viria poucas vezes à cidade. No dia posterior a noite que acertei com meu amigo a viagem para o próximo domingo a noite, fui em desespero para a praia da Alegria na esperança de encontrar a Márcia, - Esperei a tarde toda, tomei diversas cervejas, me embebedei e terminei o dia vagando bêbado por entre as pessoas, entre os banhistas e a alegria reinante no lugar como de costume. Encontrei amigos, amigos de Márcia e até um tio dela, mas ninguém soube me dar informações sobre ela, e no estado em que acabei ficando aquele dia, um sábado, fim de temporada com os dias mais curtos, resolvi ir embora para me recuperar, voltaria no outro dia. Mas no domingo passei mal quase o dia inteiro por causa da bebedeira, precisava viajar a meia-noite para Bagé, então fiquei em casa, somente saindo para a viagem. Passei um longo tempo em Bagé, tive outras namoradas, lá em aqui, mas nunca esqueci a Márcia e o jeito brusco de como nosso amor foi interrompido. Mesmo no forte inverno que fez aquele ano eu a procurava nos lugares que costumávamos ir, sentava por lá me lembrando dos momentos felizes que tivemos. Não quis ir até sua casa, talvez até ela estivesse esperando por isso, que eu a procurasse, mas no orgulho de jovem, sofri calado e tentei esquece-la, o que na verdade nunca aconteceu. No meu pensamento ao longo dos anos, mesmo sem vê-la Márcia se tornou uma grande amiga e companheira a quem eu sempre recorria nos momentos de tristeza, mesmo na lembrança. Passei toddo esse tempo sem sequer ver sua sombra, no dia que a vi reconheci de primeira, e ela retribuiu de certa maneira com muito carinho, vi um turbilhão de pensamentos passar por seu olhos verdes.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Plato Divorak, Artista de Muitos Talentos


O Plato Divorak é um cara sensacional, um artista e criador muito acima da média Brasileira e infelizmente conhecido por uma parte muito pequena da população audiófila. No início doa anos oitenta fundou a Krakatoa Records e lançou dezenas de artistas gaúchos, produzindo ele mesmo as gravações, buscando colaboradores e participantes em anúncios no Correio do Povo, ZH, fanzines e onde pudesse publicar as suas mensagens. Malucão, viajante de ácido o cara desenhava e pintava (o que faz até hoje) as capas dos lançamentos da Krakatoa Records, eu mesmo tive um vinyl chamado "Absolute Harmony" uma coletânea com bandas de Porto Alegre, Novo Hamburgo e outras cidades, que tinha várias cores de capa, tudo desenhadas e pintadas uma a uma por ele. Ele está com cinco discos prontos para lançar, o que está fazendo aos poucos. Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro são cidades que o adoram, juntamente com o público fiel e seleto de Porto Alegre, onde graças a Deus me incluo. Ouça Plato!!

terça-feira, 15 de novembro de 2016

De Luares e de sonhos

Não sei se a tal super lua está maior que a normal, mas a intensidade do luar nesse momento, é uma das coisas mais espetaculares que já vi. Passamos a pouco por uma estrada rural, paramos para apreciar e lembramos das velhas caminhadas no luar pela estrada do Conde antiga, atravessando o túnel de eucaliptos que começava ali na altura do posto de gasolina na Stª Rita e se ia até a velha ponte de Sans Soucy lá embaixo, no traçado anterior da estrada. A gente ria, dizia que o luar era tão intenso que bronzeava, se enxergava centenas de metros a frente. Depois eu recordei o dia que íamos pela rua Stª Catarina no parque 35, faltou luz durante uma meia hora, ficou ligado apenas um totem imenso luminoso de propaganda que havia nas imediações da prefeitura, como um sentinela, apenas o luminoso e a luz da lua.
Também muitas vezes nos mergulhos insones das madrugadas lembro de noites enluaradas, de conversas na beira do lago ou a volta de um fogo de chão improvisado. São imagens muitas vezes quase oníricas de um tempo já bem distante, mas muito presente. O silencio das noites eram varados por risadas, conversas em tons muito altos, ou então sussurros inaudíveis, tecidos na intimidade de casais de namorados nos momentos fugidios. A lua muitas vezes infiltrava seus raios prateados por entre os galhos das árvores tingindo de alumínio as folhas e esparramando sombras espectrais no chão nu da estrada de terra, ou então nas longas caminhadas pelos descampados, quando já a madrugada se avizinhava, nossa sombra gigante no chão indicava o quão aprofundados nas horas tardias estávamos. Uma pena que isso não exista mais nos dias de hoje, onde o clarão da lua foi substituído pelo ecrã minusculo do smart phone. Doce é a memória, mas amarga é a constatação da impossibilidade de certos eventos se repetirem. 

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

No inverno de 1982 eu estava estudando violão na Palestrina em Porto Alegre, tomava duas caipirinhas de vodka no antigo Peter Pan e ia tomar aulas com o professor Jose Fernando, o Zezé, ele para poupar trabalho me dizia que eu não precisava de professor, que tinha que sair por aí tocando, então dávamos muitas risadas e passávamos as aulas inteiras conversando sobre música e sobre os shows coletivos que ele organizava. O Zezé achava que eu tinha um talento enorme para guitarrista e me matriculou por conta própria no Clube do Guitarrista do qual ele era o mentor e guru. O Clube do Guitarrista ficava em um velho casarão de dois pisos ali na Barros Cassal e formou grandes instrumentistas do rock aqui do Rio Grande do Sul, era um lugar muito louco e incrível, tu passava pelos corredores e ouvia aquela zoeira toda, numa sala um guitarrista espremia uma gianinni ligada a um wha-wha, noutra um baixista domava um contrabaixo fretless em um fusion endiabrado a lá Jaco Pastorius, mas tudo com didática própria, currículo e muita organização, uma verdadeira escola de música, apesar do assoalho do velho casarão desmentir essa verdade, ringindo e estralando sob nossos passos. O Zezé era um monstro guitarrista, tocava no Câmbio Negro, e andava às vezes numa Kombi que era da banda, até peguei carona com ele uma vez, a Kombi era bem estropiada e sempre havia algumas peças de caixas de som, alto falantes e fios velhos atirados dentro dela. Um dia nesse mesmo inverno o Zezé organizou um show coletivo lá no pátio do colégio Mãe de Deus na Tristeza, ele tocaria solo, com um violão de doze cordas, mais o Vôo Livre e outra banda que não chegou a tocar, pois a organização foi muito deficiente. Para se ter uma idéia, durante o show do Vôo Livre, dois carpinteiros ainda estavam pregando tábuas no palco, mesmo assim muitas pessoas compareceram ao evento, num frio de rachar de agosto, naquela noite de sábado. O Mitch Marini do Câmbio Negro veio falar comigo,  perguntou se eu era o grande guitarrista de Guaiba, olhei pro Zezé e ele disfarçou dando uma tragada no cigarro, logo percebi o trote e disse que estava tentando ser, kkkk.
 Eu era convidado especial do Zezé e levei um amigo de Guaíba junto, nos divertimos muito naquela noite, eu não pagava o que bebia.  Foi à última vez que vi o Zezé, pois ele disse que eu não precisava de professor, nem nas aulas do clube do guitarrista eu fui, também não peguei o monte de gurias que ele disse que eu pegaria... aquele Zezé era um vigarista, o mais legal de todos, baita amigão, por onde andará o Zezé?

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Sans Souci - Eldorado do Sul


Um lugar muito agradável a beira do lago Guaíba, onde sempre bate um briza refrescante em um visual muito bonito, é a prainha de Sans Souci localizada a meio caminho entre as cidades de Guaiba e Eldorado do Sul, um bairro bastante antigo, que hoje pertence ao último município e que nas décadas de 1930 a 1960 recebia muitos veranistas devido a ligação hidroviária que existia entre o então município de Guaiba e Porto Alegre. Nos anos setenta foi ponto de encontro de jovens, que buscavam a sombra dos eucaliptos um lugar para o encontro aos sábados, para conversar sobre música e artes em geral e programar a noite e o fim de semana. Nos anos oitenta em diante começou a funcionar um camping que perdurou por bastante tempo, onde podia-se levar barraca e acampar, pescar e divertir-se. Alí também havia um pracinha para a criançada brincar, todo o local foi recentemente reformado, ganhando uma cancha de futebol, bancos e lixeiras. Existe no local um bar que funciona a muitos anos, onde se pode beber e comer. Há também uma colônia de pescadores, local para festas rústico e um bom peixe na taquara nos fins de semana.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Bóris, o cãozinho problema IV

Hoje passados 2 meses desde que o Bóris teve um surto terrível de sarna negra e uma infecção pulmonar, com a perda quase total dos pelos e tendo partes do corpo ficado em carne viva, as notícias são boas. Ele está plenamente recuperado fisicamente e com um bela pelagem. Continua o tratamento tópico com a solução de amitraz, injeções quinzenais de doratectin e finalizado por enquanto o uso de corticóides. Ainda persiste uma certa alergia nos olhos, mas parece não ser grave e estar sob controle.
A uma semana eu cortei seu pelo bem curto e vou ficar atento pois hoje ele estava meio ansioso e se coçou algumas vezes. Seguimos na luta!

sábado, 6 de agosto de 2016

Bóris, o cãozinho problema III


Hoje após uma semana do tratamento da sarna demodécica, o Bóris está bastante recuperado. Sua alegria e atividade retornaram e a infecção pulmonar o deixou completamente. Para o resto de sua vida deverá receber cuidados especiais para que a sarna não retorne. Graças a Deus e aum bom veterinário nesse verão Bóris estará mais feliz do que nunca, com uma bela pelagem e sua cara faceira.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Putinha do Ermo II

Tudo que eu pergunto nesses dias frios, nessas noites insones: Por onde andará minha putinha? em que braços dorme? em que cama geme? e em que bares distribui sua alegria zombando de minha tristeza?
Me responde fada cantora, parceira da minha dor.

Bóris, o cãozinho problema II

Nosso heroizinho está lutando como pode para viver. O tratamento veterinário parece estar obtendo sucesso, mesmo que de forma lenta, ele tem comido bem, tomado água e feito as necessidades de modo normal, e dorme o dia inteiro com pouca atividade. Ontem demos um bom passeio a noite e ele dormiu muito bem. Hoje o dia está muito frio e Bóris saiu somente duas vezes e por pouco tempo na rua, permaneceu na sua caminha enrodilhado, de vez em quando se aproximando para um carinho, pois tem muito medo de rejeição, quando era recém nascido foi abandonado juntamente com os irmãos nos fundos de uma casa. O cãozinho detesta remédios mas adora salsichas, então de-lhe cavalo de tróia duas vezes por dia, seguindo as orientações de seu médico. Quero que a temperatura melhore para que eu possa lhe passar uma esponja com uma solução de amitraz, que é ótimo para combater a sarna negra, mas vou esperar um pouco pois a pele deve estar co micro fissuras e poderá causar ardência. Lesões que apareceram devido as lambdas compulsivas na área genital estão cedendo com o uso do spray Terracam, que ele odeia mas é preciso aplicar. Seguimos avante com a graça de Deus e a proteção de Jesus e São Francisco de Assis.

sábado, 30 de julho de 2016

Bóris, o cãozinho problema.

O Bóris é um cãozinho maravilhoso, muito dócil e esperto. Bóris tem cerca de 3 anos e é normalmente bastante ativo e faceiro, porém quis a vida que ele nascesse praticamente com SARNA DEMODÉCA, o que atrapalha vez por outra a sua pequena existência. Ao longo desses 3 anos ele teve diversos episódios da doença, que foram contornados com muito carinho e dedicação. Muitas idas ao veterinário, uma infecção nos testículos que resultou em sua castração. Dentre todas as suas recaídas nenhuma foi tão grave quanto a atual que o deixou em péssimo estado, com a pele toda machucada e parecendo uma pele de elefante, de tanto se coçar e lamber-se ele ficou com algumas partes em carne viva. Não foi por desleixo meu, foi por consequência das medicações que passaram a fazer pouco efeito, e por último a prescrição errada de medicamentos por um veterinário inadequado. Além disso tudo e por estar com a imunidade abalada, essa semana ele contraiu uma doença respiratória, e que não foi detectada pelo tal veterinário. Não bastasse isso, uma otite recorrente o vem deixando bastante aplastrado e sua orelha está muito feia suja e com descamação. Hoje um novo veterinário, que já tinha acertado com ele em outra ocasião foi contratado e prescreveu um novo tratamento, com os mesmos remédios mas com ligeiras modificações. A infecção respiratória felizmente  cedeu, em vista de eu der dado a ele um anti-microbiano que impediu que ela se instalasse por completo. Tenho fé que venceremos mais essa batalha. 

terça-feira, 26 de julho de 2016

Fernando Ribeiro - O Coro dos Perdidos - 1978

O segundo álbum de canções de Fernando Ribeiro foi gravado no estúdio da gravadora ISAEC em Porto Alegre nos meses de abril e maio de 1978 e lançado pelo selo Abertura. A gravação em 16 canais foi capitaneada pelos técnicos de som Francisco Anele Filho, que também fora chefe de operações da rádio Continental e Mitchel fazendo a assistência. O pianista e músico conceituado Geraldo Flach fez a produção e ajudou nas mixagens. Para compensar certas deficiências técnicas e limitações do estúdio Fernando Ribeiro cercou-se da nata musical de Porto Alegre, guitarras a cargo do grande Claudio VeraCruz e de Zé Luiz, Geraldo Flach tocou teclados, piano e piano Rhodes, Paulino, Nestor e Julio gravaram baterias, o espetácular músico Tenisson no baixo, e para os corais um naipe de vozes maravilhosas formado pelas cantoras Loma, Brotinho e mais os cantores Nana, Joceley e Medina. Nas orquestrações foi usado um naipe de sopros da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA) com músicos de calibre incontestável, dirigidos por Joceley. As poesias de Arnaldo Sisson nunca estiveram tão contestadoras, afiadas e reveladoras de um momento peculiar da história Brasileira e as melodias fantásticas e intimistas de Fernando Ribeiro como sempre se completaram dando um acabamento fino à coleção de canções. Qualquer faixa desse álbum poderia estar inclusa nas melhores compilações da MPB de qualquer tempo, sem parecer menor ou desfocado, mas infelizmente o álbum aconteceu apenas no restrito público universitário e do círculo de admiradores de Fernando Ribeiro. Por outro lado a rádio Continental, principal divulgadora na música popular de Porto Alegre começava um novo período, uma transição administrativa e de programação que buscava outra abordagem comercial, mais alinhada com o que acontecia no centro do País. O álbum vendeu pouco, os shows rarearam e Fernando Ribeiro um pouco decepcionado foi para São Paulo trabalhar no Estúdio Vice e Versa, abandonando quase por completo a vida artística. Esse trabalho como o outro de Ribeiro entraram para a história de nossa música, estão atuais e não perderam o brilho, basta conferir por aí a paixão e o lirismo da poesia de Arnaldo Sisson na canção “Pedaços I e II”
“Já criei com meus versos ventanias, e vivi com os cães em meu encalço. Já fui visto a me esgueirar sinistro, e varei a barreira dos cercados. Mas enquanto o sol sobre essa terra, brilhando sobre a relva, refletir-se nos meus olhos, ainda hei de ter você comigo.”


Fernando Ribeiro - Em Mar Aberto - 1976


Em um momento em que a estagnação cultural no estado era rompida por uma série de acontecimentos musicais que visavam dar uma nova identidade musical ao Rio grande do Sul, nascia em Porto Alegre uma cena que em um primeiro momento parecia que transporia as barreiras geográficas e se manifestaria por outros rincões do país, que não a esquina Rio/São Paulo. Fernando Ribeiro deu voz as poesias de Arnaldo Sisson, e no seu tempo foi um revolucionário que sob a égide dos tempos difíceis do regime de exceção, bancou a aposta e tornou-se uma referência para outros músicos, lotou casas de espetáculos em shows coletivos, tocou nos bares da noite e foi aplaudido em casas de espetáculo por toda a cidade. Com o apoio da rádio Continental que levou seu canto a diversos locais do estado, tornou-se conhecido e aclamado nos palcos. Rompeu com os laços profissionais no solo gaúcho e foi para São Paulo a convite de uma grande gravadora, (EMI) que deu todas as condições técnicas para esse grande álbum. Ribeiro teve tratamento de estrela e poderia ter chegado no topo comercialmente, mas movido pelo amor ao Rio Grande do Sul e a Porto Alegre voltou e gravou pela então emergente gravadora local a ISAEC o seu segundo álbum, "O Coro dos Perdidos" 1978. O resultado é que esse segundo trabalho, não teve a mesma qualidade de produção do anterior, e a mercê da falta de divulgação e das deficiências da gravadora caiu no esquecimento, não funcionou como produto. Depois Fernando Ribeiro foi trabalhar em São Paulo no estúdio Vice e Versa como produtor, praticamente abandonando a carreira artística. Em 1988 ainda fez um show em Porto Alegre, mas para nosso desapontamento não deu continuidade. Em 2011 o selo "Discobertas" relançou esse álbum no formato de CD, uma justa homenagem ao grande artista que faleceu em 2006.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Mick Taylor

Na minha opinião de admirador, os melhores álbuns dos Rolling Stones são os da fase em que Mick Taylor integrou o grupo, mesmo que existam trabalhos geniais nas outras formações. Mick Taylor é filho de operários e cresceu em Hatfield uma cidade industrial do reino unido, prodígio da guitarra foi contratado com apenas 16 anos para substituir Peter Green no renomado grupo de blues de John Mayall, os Bluesbrakers por volta 1964. Taylor passou os quatro anos seguinte em excursão com os Bluesbrakers, até que por conta própria deixou o grupo. Em 1969 a convite de Mick Jagger foi para os Rolling Stones com a missão de substituir o recém falecido Brian Jones. Taylor já havia participado de duas canções no álbum "Beggars Banquet" de 1969, depois vieram mais quatro com a participação integral do músico: "Sticky fingers" 1971, "Exile on main st." 1972, "Goats head soup" 1973 e "It's only rock n' roll de 1974. Desde 2013 Mick Taylor vem participando em alguns shows dos Rolling Stones, o que tem gerado comentários de que estaria retornando definitivamente ao grupo. Em 2001 realizou na Hungria um show  transformado em lançamento, contando com John Coghlan no baixo, do Status Quo e o baterista do Jimi Hendrix Experience, Noel Redding., um belo registro, com execuções precisas e melódicas como todos os trabalhos de Taylor.

https://youtu.be/MzdvVzYlTgQ

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Para João de Souza Freitas

Meu pai, um grande admirador de barcos, filho de marinheiro, neto de marinheiro e armador. Na foto comigo e meus irmãos por volta de 1962 no Balneário Rebello em Tapes. A lagoa dos Patos era praticamente o quintal de nossa casa.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Charlie Byrd, Barney Kessel e Herbie Ellis - Great Guitars

Quando se uniu a Herb Ellis e Charlie Byrd para esse projeto, Barney Kessel já era um guitarrista reconhecido, com sua sombra se estendendo sobre uma grande área do jazz. Com apenas 19 anos se mudou de Moskogee, no estado de Oklahoma para Los Angeles onde desenvolveu seu trabalho ganhando o reconhecimento dos músicos e produtores da cidade. Apesar de intensa atividade como músico de estúdio, clubes noturnos e concertos, Kessel apenas conquistou Nova York por volta dos anos oitenta, já com carreira consolidada em diversos lugares dos Estados Unidos e do mundo, inclusive com forte influência sobre os músicos bossa-novistas do Brasil . Herb Ellis nesse período já era um renomado guitarrista que já havia prestado seus serviços a nomes com Oscar Peterson e Ella Fitzgerald e Jimmy Dorsey do qual participou da orquestra em 1942. Profundo estudioso da guitarra Ellis logo se interessou pelo estilo descontraído e cheio de figuras rítmicas de Barney Kessel, influências de seu ídolo Charlie Christian. Charlkie Byrd por sua vez havia sido um dos principais “importadores” da Bossa Nova para os EUA, tendo tocado com Stan Getz e ajudado a tornar a música brasileira instrumental conhecida nos meios jazzisticos mundiais já em 1962. Gravado ao vivo em 28 de julho de 1974 no Concord Boulevard Park em Concord na California, contando com a colaboração dos músicos: Joe Byrd no baixo, Joe Rae na bateria. O álbum é o registro de um concerto em que o virtuosismo e o amor ao Jazz e a música em geral dos músicos fez com que essas gravações chegassem frescas e estimulantes até os dias de hoje. Com um set list que abranja composições do cancioneiro jazzista norte americano, composições de Kessel e Ellis mais pérolas da Bossa Nova como “ O Barquinho” de Bôscoli e Menescal, a audição dessas canções é um bálsamo em meio a barulheira do cotidiano e da mesmice generalizante das opções disponíveis.
Bom som!

sábado, 14 de maio de 2016

Guaiba Pretérito do Passado

 Acima Igreja Matriz de Guaiba, Nossa Senhora do Livramento em 1982,
Abaixo vista do que sobrou do trapiche da praia da Alegria em 1996.
 Abaixo o túnel de eucaliptos na estrada do Conde e a área de terraplenagem a margem dessa mesma estrada, ambas imagens de 1998.
 Abaixo, o engenho Santa Rita em ruínas por volta de 1978, no local hoje se localiza o bairro Engenho em Guaiba.
A seguir uma vista do Belvedere Paul Harris (altos da Escadaria) em 1982 e em 2005.



 O trapicho e embarcadouro no centro de Guaiba, onde hoje é a hidroviária e local de embarque no Catamarâ que faz a travessia Porto Alegre - Guaiba, e uma vista de moirões que ancoram dutos de captação de água no centro de Guaiba. 1996 e 2005.
 Máquinas abandonadas á margem da estrada do Conde e uma vista do mesmo local em 1996.
 Vista das ruínas do engenho Santa Rita no atual bairro Engenho em Guaiba, 1978.

terça-feira, 12 de abril de 2016

O Sol que a Tudo Guia

Gustave Flaubert já disse: "Podemos controlar o que fazemos, mas nunca o que sentimos." Algumas pessoas convivem bem com suas fraquezas, dão risadas de seus erros mais bizarros e por aí se vão faceiras e descontraídas. Outras somatizam e sucumbem a doenças oriundas de seus sentimentos não resolvidos, e outras procuram procuram resolver seus fantasmas internos afogando-se em álcool, comida e outras drogas. Certamente os mais maduros são aqueles que trabalham seus sentimentos de modo salutar e produtivo, seja escrevendo, compondo ou construindo alguma coisa, uma obra de arte, artesanato etc. ou buscam o tratamento clínico adequado, quando esses  fantasmas atingem proporções maiores e ameaçam a integridade da pessoa. Cada um a seu modo e reação segue o que o  interior lhe indica, aquilo que está mais ao seu alcance. Realmente sentimentos são coisas que brotam de forma aleatórias, muitas vezes sem um motivo aparente, outras vezes vem da influência de um sonho, de um gesto alheio, de uma situação ou circunstância que nos impressionada, ou fruto de uma dificuldade de experimentar algo novo ou inusitado. Seja qual for a forma que viemos nos deparar com algum sentimento, sempre é de forma incontrolável, nunca escolhemos ter a sensação, e nem a reação a ela passa por nosso controle, mesmo que consigamos  amenizar ou sublimar o fato. As vezes convivendo em um grupo de amigos, grupo social ou de trabalho, podemos a qualquer momento ter a sensação de que não pertencemos mais a aquele grupo, já não mais partilhando das sensações de prazer e mesmo de conflito que possa existir. Aos poucos vamos nos afastando, tomando distância e ficamos aguardando a chance, um motivo externo ou interno para a ruptura final, mesmo que isso não signifique inimizade, somente o afastamento físico. Existindo essa necessidade de uma das partes, é melhor que essa ruptura se de imediatamente. De forma suave,  humana e respeitosa, mas imediata.

terça-feira, 15 de março de 2016

Putinha do Ermo

Putinha do Ermo,
Teus olhos verdes brilharam no escuro.
Te falei, depois do sexo tu que teria vontade de me pagar.
Viu? tu me destes razão...

Tua bucetinha pulsava,
descontrolada gozavas
putinha do ermo.

Teu cheiro ainda está em minha mão,
almiscarada,
suou dando risada.

Putinha do Ermo,
se tu não fosses da vida,
te queria inteirinha pra mim,
olhinhos verdes me pedindo apoio.
Putinha do ermo
quando te vejo de novo?

segunda-feira, 7 de março de 2016

Grito Rock Guaiba 2016

Quando se vai a um espetáculo de rock de grandes proporções, em estádio, teatro ou outro local escolhido, uma grande produção com um nome nacional de peso ou uma banda internacional, você sabe que vai gostar: Foi pago um valor bastante alto para o ingresso, você levou muitos amigos e familiares e se preparou dias para o evento. Mesmo que a música não fosse bem legal, o som estava ótimo e o espetáculo de luzes foi hipnotizante, na última da hipóteses você volta muito contente e satisfeito. Mas quando o evento é feito de forma independente, com bandas independentes, junto a uma feirinha de bairro de artesanato, comidas e cervejas artesanais, num bairro distante do centro da cidade e quase totalmente abandonado pelas autoridades públicas, a coisa pode ser diferente. Mas a gente arrisca e vai, e se surpreende. O lugar não  poderia ser melhor, a beira do lago, a sombra de figueiras, um gramado verde e limpo com uma brisa maravilhosa para arrefecer o calor do dia. As pessoas vão chegando, conferindo as barraquinhas da feira, com suas cadeiras, toalhas e cangas para colocar no chão, lanches, sacolas térmicas com bebidas, chimarrão. Crianças correndo para um lado e outro no gozo de sua liberdade, casais, namorados, gente adulta, pais e mães. Os automóveis ficaram bem longe, bicicletas podem chegar mais perto. As pessoas escolhem um lugar e esperam as bandas, que se apresentam do fim da tarde até altas horas da noite, com segurança, paz e amor. Parabéns ao COLETIVO CONVIDA pelo excelente evento, pela organização, escolha das bandas e pela realização em geral, precisamos disso, gente disposta a fazer coisas bonitas, fazer com que a gente tenha vontade de invadir o espaço público que é nosso e usar da melhor forma esses locais. Gente ordeira, limpa e a fim. O shows do evento começavam no final do dia e a medida que o sol ia se pondo, as pessoas ficavam mais a vontade para dançar e curtir as bandas.