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Generalidades com Especificidade

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terça-feira, 26 de julho de 2016

Fernando Ribeiro - O Coro dos Perdidos - 1978

O segundo álbum de canções de Fernando Ribeiro foi gravado no estúdio da gravadora ISAEC em Porto Alegre nos meses de abril e maio de 1978 e lançado pelo selo Abertura. A gravação em 16 canais foi capitaneada pelos técnicos de som Francisco Anele Filho, que também fora chefe de operações da rádio Continental e Mitchel fazendo a assistência. O pianista e músico conceituado Geraldo Flach fez a produção e ajudou nas mixagens. Para compensar certas deficiências técnicas e limitações do estúdio Fernando Ribeiro cercou-se da nata musical de Porto Alegre, guitarras a cargo do grande Claudio VeraCruz e de Zé Luiz, Geraldo Flach tocou teclados, piano e piano Rhodes, Paulino, Nestor e Julio gravaram baterias, o espetácular músico Tenisson no baixo, e para os corais um naipe de vozes maravilhosas formado pelas cantoras Loma, Brotinho e mais os cantores Nana, Joceley e Medina. Nas orquestrações foi usado um naipe de sopros da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA) com músicos de calibre incontestável, dirigidos por Joceley. As poesias de Arnaldo Sisson nunca estiveram tão contestadoras, afiadas e reveladoras de um momento peculiar da história Brasileira e as melodias fantásticas e intimistas de Fernando Ribeiro como sempre se completaram dando um acabamento fino à coleção de canções. Qualquer faixa desse álbum poderia estar inclusa nas melhores compilações da MPB de qualquer tempo, sem parecer menor ou desfocado, mas infelizmente o álbum aconteceu apenas no restrito público universitário e do círculo de admiradores de Fernando Ribeiro. Por outro lado a rádio Continental, principal divulgadora na música popular de Porto Alegre começava um novo período, uma transição administrativa e de programação que buscava outra abordagem comercial, mais alinhada com o que acontecia no centro do País. O álbum vendeu pouco, os shows rarearam e Fernando Ribeiro um pouco decepcionado foi para São Paulo trabalhar no Estúdio Vice e Versa, abandonando quase por completo a vida artística. Esse trabalho como o outro de Ribeiro entraram para a história de nossa música, estão atuais e não perderam o brilho, basta conferir por aí a paixão e o lirismo da poesia de Arnaldo Sisson na canção “Pedaços I e II”
“Já criei com meus versos ventanias, e vivi com os cães em meu encalço. Já fui visto a me esgueirar sinistro, e varei a barreira dos cercados. Mas enquanto o sol sobre essa terra, brilhando sobre a relva, refletir-se nos meus olhos, ainda hei de ter você comigo.”


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