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Generalidades com Especificidade

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segunda-feira, 25 de junho de 2018

Sergio Sampaio - Cruel



Quando o capixaba de Cachoeiro do Itapemirim, Sergio Sampaio,  ficou conhecido nacionalmente após ter uma de suas músicas classificadas no II Festival Internacional da Canção – FIC  em 1972, ele tornou-se tão conhecido como qualquer um desses astros imediatistas de hoje em dia. Todas as casas tinham um compacto do festival com a canção “Eu quero é botar meu bloco na rua”, as crianças cantavam nas escolas e até nas festas paroquiais ela soava nos alto falantes, tornando-se assim a marchinha de carnaval mais tocada nos clubes e rádios durante algum tempo. Depois disso vieram outros discos, mas, nenhum repetiu o sucesso da canção emblemática e o astro caiu no esquecimento geral, sendo lembrado apenas por uma legião de seguidores, que cantavam suas canções e compravam seus discos. Sampaio havia caído numa região em que muitos artistas nacionais caíram, uma área de sombra que engoliu grandes talentos, colocando-os fora dos holofotes da mídia e conseqüentemente relegando-os aos quartos solitários dos audiófilos mais antenados. Foi assim com Walter Franco, Jards Macalé e Sergio  Dias Baptista. Cada um  com a parcela que cabia nessa punição, alguns sobrevivendo e outros sucumbindo. Até sua morte em  15 de maio de 1994, Sergio Sampaio esteve fadado ao esquecimento total, ao apagão e ao ostracismo a que são jogados os gênios incompreendidos.  De lá para cá algumas coisas mudaram, existem festivais que saúdam sua memória em vários pontos do país, como o Festival Sérgio Sampaio  que chegou a 12ª edição esse ano (2018),  movimentando a cena cultural do Centro de Vitória durante três dias, com shows, bate-papos e mostras diversas de sua arte. Erasmo Carlos, Zeca Baleiro e muitos outros artistas de renome finalmente começaram a gravar suas canções e seu nome voltou a crescer, de forma modesta, mas, caminhando para recolocá-lo no posto que merece no cenário histórico da musica popular brasileira.
Foi nesse caminho que o cantor e compositor Zeca Baleiro  retomou um projeto de 1993 do próprio Sampaio que, antes de sua morte estava ensaiando uma volta ao cenário, compondo e organizando um novo repertório, que seria lançado em forma de álbum pelo selo Paulista “Baratos Afins”. Projeto que ficou inacabado por conta de sua morte, no ano seguinte.  Quando Baleiro conheceu a ex-mulher de Sampaio, Ângela, e ganhou dela uma fita contendo músicas inéditas, ele começou a buscar por outras gravações inéditas e faz a recuperação dos respectivos áudios, material que foi então, lançado no CD “Cruel”, em 2006, que traz violão e voz original com Sérgio Sampaio, e arranjos de acompanhamento em pós produção trazendo diversos músicos que tinham afinidades com a música de Sergio Sampaio, como Itacyr Bocato Jr. O Bocato, trombonista e arranjador. O trabalho traz 14 canções que mostram o brilhantismo do compositor e sua bela voz, interpretando de forma maravilhosa e emocionante as suas novas pérolas.
Aos interessados, segue a discografia oficial de Sergio Sampaio em álbuns, existem compactos com duas canções que antecedem esses trabalhos.
Sociedade da Gran Ordem Cavernista Apresenta Sessão das Dez (com Raul Seixas, Miriam Batucada e Edy Star) – 1971
Eu quero é botar o meu bloco na rua – 1973
Tem que acontecer – 1976
Sinceramente – 1982
Cruel (póstumo) - 2006

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