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Generalidades com Especificidade

Generalidades com Especificidade

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Meu amigo João Henrique


Logo que cheguei em minha cidade, um de meu primeiros amigos foi o João Hnerique. Um cara muito legal, fiel e companheiro, mas que raramente saia de casa. Tinhamos poucos minutos por dia para desfrutar de sua companhia, pois sua avó e mãe super protetoras não o deixavam se expor muito. Hiquinha, como não gostava de ser chamado tinha alguns problemas emocionais, mas era um grande parceiro nas brincadeiras, leitor assíduo e arranhava precariamente um violãozinho. Aos domingos quando podia sair para irmos a matiné no cinema, sempre levava algum dinheiro, mas nunca gastava, voltava sempre com o mesmo dinheiro que saíra de casa menos o da entrada do cinema. Muito asseado e sempre impecavelmente vestido, Hiquinha chamava muito a atenção das meninas, mas tímido que era raramente aproximava-se delas, e quando o fazia não se despia de sua grande educação e polidez. Faz algum tempo que não o vejo, mas sei que está bem.
Um grande abraço a João Henrique.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Frio em Nossos Corações


Na madrugado do dia 14 de abril de 2010, pela primeira vez no ano, o clima pediu e eu obedeci colocando um sueter e uma calça de abrigo. A mudança brusca dessa semana, não trouxe somente o frio, trouxe mudanças que bem poderiam não ter acontecido, mas a condição humana em seu rumo infindável no caminho do destino sempre acaba nos pregando alguma peça.
Meu amigo Jorge, homem ágil, esperto e ativo, dono de negociação invejável no trato com clientes e subordinados, acordou sem saber quem era exatamente. Sabia onde era seu local de trabalho, e queria ir até lá, guiado por familiares foi, mas quando chegou o lugar não lhe dizia mais nada. e a cadeira, onde tomava importantes decisões e acompanhava seus empreendimentos já não lhe eram familiares. O chimarrão tão imprescindível nas manhâs do dia a dia não lhe apeteceu. Ao entrar como de costume olhou para meu escritório e me cumprimentou chamando pelo meu nome, e ao se afastar deu-me tchau, mas uma vez pronunciando meu nome com voz suave. Depois a tarde o vi mais uma vez sem rumo, tentando alcançar a porta do escritório, com passos incertos, o lugar ainda o chamava, mas ele parece não saber porque. Em seguida o vi pelas costas caminhando com o filho e outra pessoa, apenas uma sombra do que era a apenas pouco mais do que uma dezena de horas. Estamos todos chocados e sem ação.
Esperamos sinceramente que ele volte logo, ainda nessa mesma frente fria se possível, e traga o calor que se dissipou.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Bicicleteada Noturna


Retornei do trabalho a tarde, quase anoitecendo com vontade de escutar "um som", mas a balburdia do final de dia, buzinas, automóveis passando, crianças retornando da escola e aproveitando os últimos momentos do dia, impediam-me de escutar música em um volume humanamente suportável. Enchi os pneus da bike, catei meu mp3 player e sai para uma volta noturna. Após 15 minutos de uma vigorosa pedalada, lá estava eu no Balneário da Alegria, em cima do que restou do santuário de Iemanjá. Sentado olhando um maravilhoso céu estrelado, em destaque a via-láctea, e ao fundo quase encostando no horizonte da divisa entre o lago e a lagoa o intrigante cruzeiro do sul, com suas estrelas "Acrux", "Intrometida", "mimosa", "Gacrux" e "Pálida" .
A música fascinante de "Fifth Dimension" dos Byrds proporcionaram-me um relaxante e "viajante" início de noite. Retornei com a mesma vigorosa pedalada, e após um bom trabalho de alongamento, tomei um gostoso e renovante banho, e dormi como um anjo e sonhei com as estrelas.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Arnaldo Batista


Arnaldo é a coisa mais próxima de tudo que sempre imaginei e concebi em minha mente a respeito do que é uma pessoa do rock and roll. A inocência que sempre pretendi para mim e para os mitos que criei juntando os pedaços de informação recebidos. Ele é o mais sincero dos representantes, daqueles que se denominaram "loucos" no período do desbunde geral. Hoje assistindo ao documentário "lòki", que a mais de uma ano eu deveria ter visto, e que fui sempre protelando, pois já antevia a emoção, pude ver a honestidade e verdade, que as pessoas que conviveram com Arnaldo, no tempo dos Mutantes e agora, e durante o duro período de sua convalescência, se referiram a ele. Em todo o filme é possível ver as pessoas falando com emoção verdadeira e lágrima nos olhos, deste que juntou seus pedaços e sobreviveu. Desse fenômeno admirado em todo o mundo sem quase nunca ter aparecido na mídia, o amor que as pessoas da França, Inglaterra e Estados Unidos tem por ele, e por sua arte maravilhosa. Arnaldo foi abandonado várias vezes: Primeiro por Rita Lee, depois por Sergio e finalmente pela pròpria familia. Praticamente em coma num hospital, um anjo se aproximou dele e até hoje cuida de sua vida e saúde. Arnaldo é um genio verdadeiro, e Lucia Barbosa sempre soube disso, só que levou isso a sério.