Meus antepassados, sobretudo por parte da família de meu paí eram navegadores. Meu avô Sebastião Freitas era construtor naval e marceneiro de excelência, assim como seu pai e provavelmente seu avô também trabalhava nessa atividade. Sebastião era profundo conhecedor da lagoa dos Patos, e tinha guardadas para consulta as cartas náuticas do nosso "Mar de Dentro" como é conhecida a referida lagoa.
Meu pai, João Freitas não era pescador, trabalhava como arrozeiro mas era muito bom velejador e construía barcos de madeira, carpinteiro e marceneiro que era. Onde morava sempre tinha por perto uma embarcação para as horas de lazer. Uma vez trabalhou meses na restauração de um lindo barco mas, por contingencias da vida, teve que se desfazer do projeto, vendendo-o para um conhecido. Meu irmão mais velho, João Gilberto também construia barcos, tendo construído um grande veleiro de mais de 10 metros com acomodações a bordo, preparado para grandes navegações, inclusive no mar. Em uma visita da antiga revista "Velas" na sua oficina, ficaram impressionados com o projeto e a construção do veleiro, realizando extensa matéria a respeito. Por essas circunstâncias da vida e suas fatalidades, quis o destino que ele nunca usufruísse do seu sonho navegante, tendo falecido muito jovem, aos 49 anos de idade. Sua esposa desesperançada acabou por vender o veleiro.
A foto que ilustra o post mostra, por volta de 1962, meu pai eu (junto a ele) e meus irmãos no pequeno veleiro que nos acompanhou por muito tempo, chamado "Calypso" em homenagem ao tipo de música que meu irmão Gilberto gostava ou, ao navio do oceanólogo francês Jacques Custeou, não lembro ao certo. O pequeno veleiro nos acompanhou em mudança, da localidade de Tapes para Santa Vitoria do Palmar, onde navegou por muitos anos na lagoa Mangueira, vezes por outra atravessando-a até a praia do Hermenegildo, localizada na outra margem.
A segunda foto, é o caique "Dunga" de um vizinho, que meu pai costumava usar no final dos anos 70. Ele ficava assim, ancorado e disponível para quem quisesse usá-lo. Pertencia a um senhor chamado Izael, morador do bairro, em Guaiba.
Fica o registro.
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