Bebeco Garcia foi provavelmente o
maior guitarrista de blues e rock do rio grande do sul e quiçá do Brasil. Ele reunia
em sua pessoa a empáfia de “rock star”
com o carisma de Blueseiro feroz e, tinha técnica guitarrística e vocal para
sustentar o status. A exemplo de feras como Celso Blues Boy e André Christovam,
desenvolveu um estilo próprio, que funcionava bem ao vivo e nos diversos álbuns
que deixou: “ Aleluia, aleluia” (1997), “Me chamam curto Circuíto” (1999), “Confidencial”
(2003), “Rio grande, rio blues” (2005) e o espetacular registro ao vivo, da
série Palco, gravado na Casa de Cultura Mário Quintana, no Teatro Bruno
Kieffer, em 25 de julho de 2000, e lançado em 2005, onde aplicou de forma
genial a sua técnica vigorosa de guitarra e lap steel. Esse último um instrumento para se tocar
sentado e sobre as pernas, ao qual Garcia tocava de forma peculiar, pendurado
no pescoço como fosse uma guitarra comum. Sou admirador de Bebeco Garcia desde
que o vi tocar pela primeira vez quando juntamente com seu grupo “Garotos da
Rua”, eram a banda da casa do bar “Rocket 88” na Joaquim Nabuco, em Porto
Alegre. Depois teve aquela participação magnífica no solo da musica “Nós que
ficamos sós”, no álbum de Carlinhos Hartlieb “Risco no Céu” (1983). Bebeco deixou algumas apresentações gravadas
para a TVE de sua fase solo e fez shows
memoráveis em diversos lugares da capital e interior. Um dos melhores foi um
coletivo com outros artistas na primeira inauguração do Araújo Viana depois da
reforma no final dos anos noventa, em que deixou o público e alguns colegas de
boca aberta, com sua pegada infalível no lap steel e sua presença rockeira selvagem de palco.
Convém registrar que ao longo de sua carreira solo, Bebeco Garcia contou com
aliados, que o ajudaram a dar forma e moldar o seu talento nato, como – Egisto dal
Santo, Fabio Lee, Edinho Galhardi e seu filho, Pedro Garcia que tocam de forma
exemplar com o mestre em “Me chamam....”). José Francisco Mello Garcia nasceu
na cidade de Rio Grande em 11 de outubro de 1953 e deixou esse planeta
prematuramente no dia 19 de maio de 2010, não sem antes, espalhar muitas
faíscas e derrubar disjuntores por onde andava e tocava.
quinta-feira, 5 de julho de 2018
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