A tarde já ia longe, com os raios de sol sendo amortecido pelas sombras das velhas árvores da praia da Alegria. A sombra do grande e centenário eucalipto, cheio de erva-de-bicho crescia para dentro do lago. Uma brisa quase fria soprava do sul, bem de lá onde o lago Guaiba encontra a lagoa dos Patos. Nós estávamos ali com nossas bicicletas, parados, apenas respirando e sentindo aquele final de dia magnífico.
Impossível não ter nesses momentos uma pontinha de recordação e voa-se direto para um passado já distante. A tarde enche-se de risadas, correrias, jogos e folguedos de verão. Famílias se divertem e jovens namorados procuram os recônditos para seus romances e beijos. Os bares lotados de gente divertida e colorida, mesas fartas de bebidas e petiscos, poucos automóveis estacionados e esquecidos até a hora da volta. Os pontos recém começam a receber aqueles que querem voltar mais cedo, aproveitando a curta calma do fim do dia no movimento. Sacolas, barracas e potes vazios voltam para casa, rostos marcados pelo sol do dia, cansaço e sobretudo satisfação.
Aos poucos vamos caindo na realidade, o sol se pondo oferece o último espetáculo do dia, refletido nas vidraças e paredes dos prédios do outro lado do lago aos poucos sendo substituído pelas luzes artificiais
Ensaiar a pedalada de volta, com uma bela pintura gravada na retina, de um dia lindo e agradecendo a saúde e a vida.
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