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Generalidades com Especificidade

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quarta-feira, 20 de abril de 2011

Apolinário Porto Alegre

Almanaque - Zero-Hora - 15/04/2011
Mauro Toralles - Interino

sexta-feira, 8 de abril de 2011

No Entardecer


No entardecer da vida
os passos são mais lentos
e o peso da carga maior.
A caminhada é mais longa
e o frio muito intenso,
no entardecer da vida.

No entardecer da vida
a felicidade já não é companheira constante,
a solidão espera adiante na estrada poeirenta
do entadecer da vida.

No entardecer da vida
os amigos não riem mais,
não convidam para um chimarrão,
ninguem nos olha, ninguem nos vê,
no entardecer da vida.

No entardecer da vida
o ar não sacia nossa ânsia de respirar,
não nos é mais prazerosa a briza fresca,
no entardecer da vida.

No entardecer da vida
não se espera um grande amanhecer.
Somente o entardecer da vida.

No entardecer da vida
pensamentos inquietos e negativos,
nos invadem como rio caudaloso
no entardecer da vida.

terça-feira, 29 de março de 2011

Ariovaldo & Ari


Quando cheguei a minha cidade em 1970, fui morar defronte a casa de dois meninos que logo se tornaram meus amigos. Nossa empatia foi imediata e logo começamos a desenvolver uma amizade que marcou nossas adolescências. Eu era um menino que estava vindo do interior apesar de já ter vivido e estudado na cidade, mas numa idade bem inferior.
Nos anos setenta a cultura pop americana começava a chegar ao Brasil e uma grande plêiade de novidades em diversos campos como: Artes, medicina, música e cinema iriam influenciar-nos de toda a sorte. A televisão exercia um fascínio imenso nas pessoas sobretudo na garotada, pois não havia outro entretenimento senão o de passar horas na frente do aparelho. Claro que ainda as atividades e brincadeiras ao ar livre ainda eram a coisa mais importante de tudo. Nas brincadeiras que fazíamos entre outras estavam a de encenar, repetir os seriados que víamos pela televisão. Nos reuníamos com armas de brinquedos, muitas vezes feitas por nós mesmos com madeira ou qualquer material que permitisse emular uma pistola, rifle ou metralhadora. A série combate, que mostrava as aventura de um pelotão da companhia King, em aventuras bem detalhadas passadas na segunda guerra mundial e que mostrava belos detalhas de combates como o dia "D" o famosos desembarque de tropas na normandia. Em uma floresta que havia nas redondezas passávamos as tarde inteiras brincando dessa forma, apesar de ser uma brincadeira de guerra não era de forma alguma violenta e destacávamos mais os atos de bravura e companheirismo como resgates de prisioneiros e ajuda a feridos em combate.
Outra série que víamos e gostávamos era "Kolchak e os demônios da noite" que víamos na pequena televisão preto e branco da família de Ariovaldo e Ari, uma Phillips de 14 polegadas a qual ficávamos concentrados noite a dentro assistindo as aventuras do repórter meio decadente que se metia em diversas enrascadas sobrenaturais, mas que nunca conseguia uma foto que provasse ao seu editor que havia valido a pena a aventura.
Era um lindo tempo de inocência e amizades duradouras.

Dedico esse pequeno texto em memória de meu grande amigo Ariovaldo.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Constante & Olvina


O casal mais incrível que conheci foi "seu" Constante e Dona Olvina, velhos conhecidos de meus pais e que tinham um profundo e recíproco respeito, pessoas verdadeiras dessas que raramente se encontra hoje em dia.
Eu tinha cerca de cinco anos de idade quando me conscientizei da presença daquelas pessoas, primeiro Dona Olvina, depois Seu Constante.
Dona Olvina era muito brincalhona comigo e me chamava de "Xixico", o que me deixava muito irritado, mas logo eu era acalmado recebendo uma bela cenoura para roer, as deliciosas cenouras produzidas na propriedade deles.
Dona Olvina era uma mulher de muita fé, e freqüentadora da igreja evangélica desde menina, rezava muito e a todos desejava bons agouros. Seu Constante era um homem trabalhador e muito honesto, mas era um alcoolista irredutível e vez por outra causava constrangimentos a Dona Olivina, que sempre achava uma desculpa para perdoá-lo, pois o amava demais como esposo e homem. Eles eram muito diferentes fisicamente, pois ela era gorda e baixinha e ele muito magro e bastante alto. Era de origem polonesa Seu Constante, um "polaco" como se diz, mas apesar da origem, as inúmeras horas que passava ao sol nas lides agrícolas conferiram a ele uma pele morena, vincada e castigada pelo tempo. Apesar do vício da bebida e do fumo, Seu Constante era um homem de uma alma extremamente bondosa e de um carinho no trato com as pessoas que impressionava a todos, sempre recebendo a todos com um largo sorriso em sua boca desdentada, de onde se sobressaia um único dente, que marcava seu lábio inferior. Ele era mestre em construir casas de "leivas" que são nacos retirados do chão em forma de grandes tijolos que são amontoados em uma espécie de "alvenaria" sendo possível construir uma habitação bastante fresca no verão e quente no inverno. Nos últimos anos que convivemos, o casal construiu uma dessas na propriedade de meu pai em Passo Grande interior de Tapes, ficava localizada longe de nossa casa, no pé de uma colina, próxima a um banhado, onde ele fez um bonito lugar para morar. O rancho que construíram dessa forma era bastante amplo, com quarto, sala e cozinha, era coberto de palha e o assoalho era de chão batido, que muito bem varrido e limpo por Dona Olvina, parecia um piso de cimento. Eram um casal acostumados as agruras da vida e desenvolveram mecanismos de sobrevivência que para nós hoje seriam considerados bizarros: Como consumir carne de diversos animais selvagens como lagarto, gambá entre outros. Tive a oportunidade de comer gambá proparado por eles e digo que foi uma das melhores e mais exóticas carnes que já provei. Minha mãe sempre recebia com carinho os produtos animais que eles nos ofereciam, mas depois dispensava-os não era afeita a carnes de caça. Os bolinhos de arroz que Dona Olvina fazia eram muito bons também, com um tempero a base de ervas que era o fino. Uma certa vez no aniversário de Seu Constante, eles receberam a visita de pessoas da igreja de Dona Olvina que sempre tentavam converter o velho Constante, e nesse dia eles tocaram muitos hinos com uma pequena banda formada por banjo, acordeon e violão ao qual eu achei espetacular. Nesse dia seu Constante tomou uma grande bebedeira, bebendo de uma garrafa que tinha escondido em casa, causando um grande constrangimento a Dona Olvina, que ficou muito envergonhada.
Certa vez Seu Constante trabalhando no mato deu um grande corte em seu pé, com o machado e que quase lhe amputou o membro, foi muito triste ver seu Constante com o rosto crispado de dor aguardando a chegada de um vizinho de carro para levá-lo para o hospital, nesse dia eu nada falei apenas o observei, pedindo a Deus que ele ficasse bom, o que na verdade aconteceu.
Com os ventos negros de mudança que começaram a ocorrer no início dos anos setenta em minha família, separamo-nos daquele casal, mas nunca os esquecemos e até os últimos anos de vida de minha mãe, ela sempre se referiu a eles com muito carinho e consideração. Nunca mais os ví, mas passados quarenta e tantos anos ainda lembro com detalhes de Seu Constante e Dona Olvina, a mulher que me pegava no colo e me dava muito carinho, nunca esquecerei o seu doce cheiro de ervas e temperos que exalava. Acredito que os dois já tenham morrido e onde quer que estejam, agradeço, por te-los conhecidos e convivido com eles mesmo que por poucos anos, mas que ficaram marcados de forma indelével e minha vida. E ofereço esse pequeno texto em sua homenagem.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Carta ao Gustavo de ZH


Muito oportuna e interessante sua coluna na ZH de hoje, onde tu fazes uma analogia sobre os dois estilos musicais que transformaram o mundo no século passado. Curto Rock 'n Roll de verdade, e é assim que se grafa o nome de estilo, pois a palavra foi resumida para "Rock" para ficar mais fácil a assimilação e conseqüentemente a venda do produto. Me emociono ainda com os grandes discos dos Almann Brothers como o "Live at Fillmore", Tenho grandes discos doCactus, Cream, Lynyrd Skynyrd, curto os gutarristas Jeff Beck, Rory Gallagher, Santana, West, (Montain e West, Bruce & Laing), Jan Akkermann (Focus). Passei incólume pela era discotheque curtindo muito Progressivo, Yes, Floyd, Genesis (com Peter Gabriel claro!), Néktar, Kansas, enfim todos os grandes que não se encontra mais a não ser a peso de ouro ali na lojinha do Led na chaves. Sou louco por Thelonious Monk, Miles Davis, Cole Porter, Dizzy Gillespie, John McLaughlin (com e sem a Mahavishnu). Os verdadeiros MPB, Milton, Lô, Chico, Caetano e Gil. Nossos Blueseiros Celso Blues Boy, Andre Christovan, Solon Fishbone, nossas grandes e verdadeiras bandas de Rock "n Roll Bixo da Seda, Made in Brazil, Cada das Maquinas, Terço, A Chave, Barão Vermelho, Ira, Terreno Baldio, O Som Nosso. Nossos Herois de P Alegre, Nei Lisboa, Nelson Coelho, Gerson Oliveira e tudo o que considero verdadeiro.
Não me importo com modismos e melhor banda de " róqui " da semana. E sempre quando discurso sobre esses músicos fenomenais em qualquer mesa de bar, reunião na empresa ou quermesse que seja, sou o centro das atenções e não escuto ninguém dizer que Lady "Cáca" é melhor. Não vejo um sertanojo fâ se pronunciar dizendo que Zeze de Camargo grita mais afinado que Glenn Hughes e ninguém contesta se Pitty Leite Sangallo??? canta mais que a dinossáurica Janis Joplin ou que Sarah Vaughan. O disco mais atual que escutei essa semana foi The Delta Blues King, as famosas 26 canções do Robert Johnson da década de 30. Nem me importo se os roqueiros de Porto Alegre percorrem o Bom Fim em busca de um terninho parecido com o do Paul McCartney de 45 anos atrás para parecer "moderno" noclipezinho do "radar" pois são ignorados pela mídia em geral. E apesar de existirem Os Cartolas detonando um velho mas muito remoçado Rock'n Roll, concordo plenamente: A era do Jazz e do Rock 'n Roll definitivamente passou, assim como da Rumba, do Cha-Cha-Cha,Twist, Bolero, Tango, esta enterrada nos anos 50 e 70. Viva em nossa mente e nos registros fonográficos. E quando estivermos ouvindo Hendrix cravar os dedos nas regiões mais agudas de sua fender interpretando Voodoo Child (slight return") sentiremos que somos muitos ainda os que não sucumbiram aos pastiches comerciais de nossa época atual, onde até remédios são falsificados, o que se dirá da música.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

69


Deitei-me ao seu lado, apenas de cuecas, ela estava completamente nua e com as pernas levemente arqueadas. Estava eu virado de cabeça para os pés dela e com o rosto bem próximo de sua linda vagina. Beijei-a suavemente. Meu membro duro como pedra.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Guaiba na História


A providencial colaboração de Daltro de Souza Worm, na Zero-Hora de 04/01/2011.