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Generalidades com Especificidade

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sábado, 29 de julho de 2017

Rolling Stones - Black and Blue - 1976 (Pra não dizer que não falei nos Stones)



Os Rolling Stones são geniais, ninguém pode negar. Depois de "Some Girls" (1978) e "Tatoo you" (1981) (não vamos citar o álbum de 80, não vale a pena) ninguém mais procurou memorizar ou lembrar o nome dos álbuns deles, nem sequer o nome de uma música, não é mais preciso, todo mundo já sabe que eles são geniais e a música deles é quase onipresente, e apesar desse desleixo dos fans, os álbuns venderam sempre milhares de cópias, mesmo tendo sido comprados para ficarem juntos na estante ao lado dos álbuns anteriores aos dois primeiros citados, sem serem sequer ouvidos. Voltando mais para trás ainda, ouve um período que os RS contaram com a ajuda de um grande guitarrista, estudioso, avesso a festas e completamente caretão no quesito drogas e afins. Mick Taylor gravou com os Stones os melhores álbuns da fase pós Brian Jones, não há dúvidas: "Sticky Fingers" (1971), "Exile on Main St." (1972), "Goats Head Soup" (1973) e o esplendoroso "It's Only Rock 'n' Roll" (1974). Taylor passou incólume todos esses anos ao lado dos Glimmer Twins, assistiu de camarote a esculhambação mental e física pela qual viu Keith Richards passar enquanto gravavam "Exile.." em Nellcôte na França, ficava horas esperando no porão da mansão que Richards acordasse do torpor da heroína, e descesse ao estúdio a hora que bem entendesse, e como um bom menino, dedilhava a guitarra a espera que Mick Jagger chegasse de ressaca de alguma discoteque para colocar alguns vocais sobre as bases que aos poucos iam ficando semi prontas. Brincava com Marlon Richards nos jardins da Vila Nellcôte por horas enquanto uma dúzia de técnicos chapados riam e tentavam ligar alguns amplificadores. Mendigou para que seu nome aparecesse nos créditos daquele trabalho, não conseguiu, não conseguiu sequer ser um Rolling Stone, sempre foi um músico contratado, mas mesmo assim gravou mais dois álbuns com os Stones, deu o máximo de sua técnica, e está tudo lá registrado para quem ouviu profundamente os dois álbuns seguintes - solos irretocáveis, ritmos imprescindíveis, slides estonteantes e violões sublimes, mas nem um crédito, nada, apesar de ter composto todas as partes de guitarra que tocou, sua insatisfação crescia. Nas tours mal conversava com os demais Stones, que nessa época viviam em festas e tinham já aderido ao jet set milionário que cercava o mundo do rock, mas tudo tem limite e antes do começo das gravações de "Black and Blue" pulou fora com os trocados que lhe cabiam. Jagger e Richards nem prestaram atenção, nem o viram partir, os agentes cuidaram da rescisão. Eles já estavam de olho em um cara, que era a "cara" deles, drogado, chupado pela cocaína e heroína, festeiro e de sexualidade ambígua como eles, um cara de uma outra banda de freaks, uma tal de Faces, nosso amiguinho era um tal de Ron Wood, bom guitarrista, cheio de truques que poderia dar vida nova ao grupo, que só com a guitarra do Keith Richards não renderia, a menos que fossem se tornar uma banda cover de Chuck Berry, e ele veio, veio e ficou pra sempre. Mas no mundo dos negócios a maquina não pode parar, e eles já vinham compondo e gravando o novo trabalho com dois outros guitarristas, (Jeff Beck, Peter Frampton e Rory Gallagher já haviam sido sondados sem sucesso), conseguiram fechar com Harvey Mandel - guitarra em "Hot Stuff" e "Memory Motel" e Wayne Perkins - guitarra em "Hand of Fate", "Memory Motel", e "Fool to Cry", Ron Wood já como membro oficial dos RS, gravou guitarras em "Cherry Oh Baby", "Crazy Mama" e "Hey Negrita", e backing vocals em "Hot Stuff", "Hand of Fate", "Memory Motel", "Hey Negrita", e "Crazy Mama", tendo o álbum levado dois anos para ser gravado. Daí em diante Wood nunca mais se desligou do grupo, virou uma espécie até de reconciliador, nas intermináveis intrigas entre Jagger e Richards. Mas como diz o ditado "amigos, amigos, negócios a parte" só veio a ser um membro participante dos lucros da banda quando o baixista Bill Wyman deixou o grupo em 1993. Os fans dos RS, sabem de cor e salteado o none de cada canção desse álbum, o primeiro com Ron Wood, o "Ronnie" como é carinhosamente chamado, o mais simpatico e bem humorado Stone.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Cerração

Guaiba tem uma característica muito bonita. Nas épocas de invernos é comum que a parte ribeirinha da cidade, seu centro e arredores sejam tomados por um intenso nevoeiro vindo dos lados da lagoa. A noite fica muito pitoresco caminhar pelo "fog" nas ruas da cidade. Abaixo uma fotografia do dia de hoje, 27/07/2017, por volta das 16:00 h. em uma tarde de muito frio e forte nevoeiro.

domingo, 16 de julho de 2017

Questões de Convivas


Assim doce de doce se apossa, e amargo sobre amargo corre,
azedo sobre azedo vai, e quente monta em quente.
Plutarco IV, 1,3 p.663 A.

Pintura com espátula, óleo sobre tela de Leonid Afremov

Questões Físicas


E a negra cor em fundo de rio provem de sombras, e é igualmente
o que se vê em cavernosos antros.
Plutarco, 39.

Da Sensação


Como quando um pensamento em sair apronta uma lanterna, por tormentosa noite de flama de fogo brilhante, dispensa contra os ventos todos transparentes placas, e estas o sopro dos ventos impelidos dispersam, mas a luz atravessando fora, quanto mais sutil é, rebrilha na soleira com infatigáveis raio; assim então em membranas retido primitivo fogo em finos tecidos emboscava-se, menina em redoma, e por passagens eram perfurados, maravilhosas.
Aristóteles, 2 p.437 b 23.

segunda-feira, 10 de julho de 2017