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Generalidades com Especificidade

Generalidades com Especificidade

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Visões da Juventude

Abaixo reproduzo, para que não fique somente nas minhas gavetas, coisas que escrevi em um jornal da cidade e num jornalzinho de uma grande empresa onde trabalhei. O primeiro uma crônica de 1984 e o segundo um poema em homenagem a Porto Alegre de 1990.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Progresso da minha Cidade

Uma estranha sensação, a de caminhar por uma cidade e não reconhecê-la mais. Assim eu sinto quando ando pelos antigos recantos de minha localidade e não vejo mais as antigas edificações que me fizeram gravar na mente as lembranças que tenho. São bonitas as novas casas, comércios e praças, mas não são as que eu aprendi a gostar desde pequeno. É compreensível e salutar que as coisas evoluam e venham a ter novas caras e jeitos, e que fiquem por assim dizer mais bonitas e aprazíveis, também funcionais e higiênicas. Certas pessoas e eu me incluo nesse grupo, tem certa dificuldade como novo, eu particularmente me adapto com facilidade às novas situações do dia-a-dia e não me importo que as coisas mudem, mas sempre fico com esse ranço quando vejo as coisas antigas desaparecerem, da mesma forma que sinto que as pessoas pouco se importam com essas mudanças. Em minha cidade as autoridades nunca se importaram em preservar as edificações do passado, e o que era uma linda rua tornou-se, por exemplo, uma rua sem identidade com enormes fachadas comerciais que esconderam o que tinha de mais bonito, que eram as antigas residencias e casarios. É bem verdade que o sistema econômico selvagem não poupa nada, nem mesmo as pessoas que precisam do dinheiro para sobreviver e tocar suas vidas. Sabe-se que as partilhas de heranças levam bens a ficarem dispostos para venda e os novos proprietários querem que aquele imóvel de lucro, seja rentável, e então passam adiante ou transformam o lugar em uma outra coisa que lhes possa garantir algum dinheiro. Em minha cidade nada é preservado, somente as velhas amizades e amores, o que já é uma grande coisa.





sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Legislativo

A cerca de 30 anos atrás, eu juntamente a um grupo de jovens de uma igreja protestante tivemos a honra de atuar e trabalhar por duas noites, em um festival de teatro que aconteceu no auditório Dante Barone da assembleia legislativa do estado do Rio Grande do Sul. O ambiente político ainda era de muita insegurança, e víamos aquilo como uma afronta a ordem estabelecida, pois um monte de cabeludos de jeans desbotados, tomou conta das dependências do local, na parte técnica, som, luzes e na parte artística como atores, alguns. Interpretamos passagens bíblicas, em grupos que vinham de diferentes cidades do estado para esse festival. Tínhamos acesso a diversos locais do imenso complexo do prédio da assembleia, entrávamos em gabinetes, corríamos pelos corredores, de forma incontida e sem problema algum, já que éramos de uma igreja. Hoje passeando pelo prédio recordei-me desse bonito período de nossas vidas, e aqui mesmo do setor de informática escrevi esse pequeno texto.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Stevie Ray Vaughan - Montreux 1982

Stevie Ray Vaughan e sua provação em Montreux 1982
Em 1982 o público do festival de Montreux na Suíça, não estava preparado para a bordoada sonora e a parede de decibéis que Stevie Ray Vaughan e o Double Trouble derramariam sobre ele. Vaughan apesar de extensa estrada ainda não havia lançado nenhum disco e era apenas uma grande aposta de Claude Nobs, que tivera sido recomendado por Jerry Wexler para o festival daquele ano, pois este havia assistido a um show de Vaughan nos EUA e tinha ficado impressionado pela sua forma apaixonada de tocar e pelo som da Double Trouble. Em l7 de julho de 1982, Stevie Ray Vaughan e o Double Trouble foram escalados para tocarem em uma noite predominantemente de atrações acústicas, e o alto volume que Vaughan, Chris Layton, Tommy Shannon, tocaram não agradou ao público, que esperava algo mais suave no nível de blues e folk, já que eles foram anunciados como representantes do blues americano. Claude Nobs mestre de cerimônias do evento, com a voz emocionada anunciou Stevie Ray Vaughan: “Senhoras e senhores, apresento-lhes um fantástico guitarrista de Austin, Texas.” A banda atacou com energia a fenomenal e sacolejante “hide away” do mestre Freddie King e já na apresentação da banda e nos primeiros acordes vaias se misturam a aplausos esparsos, a banda se esforçou nos próximos números, tocando com vigor e exatidão cada nota de “rude mood” de SRV, os aplausos aumentaram, mas em proporção menor que as vaias e o palco já mostrava uma banda decepcionada com a receptividade e que via um público claramente dividido, no registro em filme do concerto pode-se ver Steve tenso, virando-se para Layton, que conta o compasso com as baquetas, tec, tec, tec e “pride and joy” explode nos alto falantes, com Steve cravando as unhas na escala de sua fender afinada meio tom abaixo, produzindo uma tonalidade de mi maior gorda e encharcada de delay, os fiéis companheiros da Double Trouble correspondem, com Shannon produzindo um som estalado, “funkeado” e percussivo de seu baixo e Layton mantendo firme o quatro por quatro, fazendo uma cama perfeita para os ryffs, liks e bends poderosos, e para os vocais quase guturais de Vaughan: 
“Well, you've heard about love givin' sight to the blind
My baby's lovin' 'cause the sun to shine
She's my sweet little thing, she's my pride and joy
She's my sweet little baby, I'm her little lover boy.”.
Nada, a plateia descontente quase nem se manifesta ao final, o que se ouve é apenas os ruídos normais de uma multidão dividida e alguns “boos”, na sequencia “ texas flood “ de Davies e Joseph Wade Scott, tocada de um modo suave, privilegiando um fraseado com nuances jazzísticas, com tercinas e oitavas num estilo muito próximo de Wes Montgomery, não alteram muito o panorama e preocupa a banda que teme a reação do líder, mas Steve se mantém integro e profissional e joga mais quatro pérolas aos porcos, se fosse seguro usar essa analogia, já que grande parte da audiência aplaudia fervorosamente, ‘love struck baby’, ‘dirty pool’, ‘give me back my wig’ e ‘collins shuffle’, homenagem do guitarrista a um de seus heróis, Albert Collins encerram a participação de Steve Ray Vaughan e Double Trouble na fatídica e fria noite de Montreux com as vaias ecoando no vazio do palco. Conta-se que Vaughan desabou no camarim sem entender a situação, pois tinham se preparado e haviam tocado como se daquele show dependessem suas vidas. Havia um agravante da situação, estava programada uma apresentação na mesma noite com Larry Graham em que tocariam “Johnny B. Good” de Berry, e devido a má receptividade do público a apresentação fora cancelada, e para piorar o desfecho, quando se dirigia ao camarim Steve passou pelo de Graham e ele estava passando a música com um outro artista. Nos bastidores Vaughan foi amparado por duas pessoas que mudariam sua vida e de sua banda para sempre: Jackson Browne e David Bowie, o primeiro dono de um excelente estúdio em Los Angeles e músico admirado por Steve, o segundo um cara abismado com a performance do guitarrista e a procura de stuff para a gravação de um disco e futura turnê.
O tempo pai de todas as coisas apaga qualquer mágoa e ficou provado que a audiência ignara de Montreux estivera errada, pois o desempenho de Vaugham e sua banda posteriormente ganharia um Grammy justamente pelo performance apresentada naquela noite, na gravação lançada pela Atlantic – “Blues Explosion Live From Montreux 1982. Claude Nobs, fundador e CEO do festival diria mais tarde: “A apresentações de Stevie Ray Vaughan em 1982 e 1985 representam o verdadeiro espírito e celebração central do festival, e marcam dois dos mais relevantes pontos desse evento em toda a sua história.” 
Em dezembro de 1982 Vaughan foi chamado a integrar a banda para as sessões de gravação do que foi a entrada no camaleão David Bowie na década de oitenta verdadeiramente, lançado em dezembro de 1983 “Let’s Dance” foi estrondoso sucesso, puxado em parte pela guitarra de Steve e pelas canções geniais de Bowie, aproveitando a boa maré, e entusiasmado com a repercussão de sua participação no disco de Bowie, Vaughan grava nos estúdios de Jackson Browne a convite do próprio e sem ônus algum, o seu primeiro disco, “Texas flood”, lançado pela Epic records em junho de 83 e que catapultou Steve e banda para o sucesso em todo o país, o disco teve resultados surpreendentes para Vaughan, que trabalhava na obscuridade havia anos e agora se via frente ao sucesso, disputado por promotores de todas as partes do EUA, nesse período ensaiou para excursionar com Bowie, mas o excesso de regras contratuais o fez pular fora do projeto. Gravou mais dois discos de sucesso, “Couldn't Stand the Weather”, 1984 e “Soul to Soul” de 1985, todos saudados pelo público e pela crítica especializada, ganhou diversos prêmios, ficou conhecido e respeitado no mundo todo, teve problemas com álcool e drogas, se recuperou, excursionou por diversos estados da America e alguns países da Europa divulgando seu trabalho, sem saber que talvez estivesse unindo forças para o que estava por vir, encarar novamente o monstro de frente, o público assustador do festival de Montreux mais uma vez, três anos exatos depois e desta vez como atração principal da noite de blues. O resultado dessa incursão está registrado em alto e bom som no álbum póstumo disco dois de Stevie Ray Vaughan e Double Trouble, ao Vivo em Montreux – 1982 e 1985, este conta com a participação de Johnny Copland, blueseiro Texano na faixa – “ Thin Pan Alley.” De R Geedings, e com o organista Reese Winans em todos os cortes.
Sobre o retorno a Montreux, Chris Layton disse em agosto de 2001: “ A volta em 1985 foi diferente, o público estava lá para nos ouvir. A casa estava lotada e nós estávamos preparados para colocar tudo abaixo.” e Tommy Shannon: “As vezes o que parece ser o fracasso é apenas o sucesso chegando de forma diferente.”
O CD duplo que registra as duas apresentações de Stevie Ray Vaughan e Double Trouble em Montreux, foi masterizado por Vic Anesini e mixado por Chris Teis nos estúdios da Sony Music em New York que foram assistidos pelo engenheiro de som Andy Manganello, num projeto dirigido por John Jackson. Esse disco foi lançado numa produção de Epic-Legacy em 2001. Através da audição das gravações mixadas e deitadas não se tem a noção exata do que foi a hostilidade com que os músicos foram recebidos, pois o volume do P.A. foi reduzido nos registros, mas o que se sabe é que foi forte e provocaram nos músicos emoção bastante negativa. A história mostrou que tanada daquilo tinha propósito, a não ser o de transformar Steve Ray Vaughan no que ele viria ser nos próximos anos, um verdadeiro gênio aclamado da música atemporal do planeta.

sábado, 10 de agosto de 2013

Associação Clube dos Mandins

O Clube dos Mandins, se localizava nas esquinas das ruas São Jose com Cônego Scherer no centro de Guaiba, não se tem maiores informações dessa sociedade, ao que se sabe o Sport Club Itapui foi fundado nos salões nobres desse clube. O clube reunia a ata da sociedade da então cidade da época   Pedras Brancas, em saraus, bailes e diversas atividades recreativas. A casa que ocupava grande parte do terreno de esquina, tinha uma grande fachada de alvenaria, mas o restante da construção era em tábuas de trinta de uma polegada, com mata-juntas em todas as paredes. Possuia grandes aberturas de madeira e era coberta por telhas francesas. Nos tempos mais atuais funcionou como funerária do Armador Marques, Sir Modas, foi uma choperia e finalmente nos anos 2000 foi demolida para a construção de um prédio de extremo mau gosto no qual é a sede de uma loja de noivas.

"A reunião de fundação ocorreu no salão de honra do Clube dos Mandins. Estiveram presentes na reunião: Telmo Silva e seu filho Carlos Silva, Calil Elias, Florisbello Santos, Arthuro Laviaguerre, Artur Oscar Riegel, Joaquim José da Silva, Aldemiro Fachineti, Alfredo Machado, Newton Cruz, Mario Miranda, Enio Paiva, Moacyr Azambuja, Nicanor Leite, Pedro Rodrigues, Nicodemo Kopizinski, Euclydes Ávila, Maurício Lessa, Octaviano Martins, Olympio Carneiro e Walter Franz. Conforme conta a ata oficial de fundação do Sport Club Itapuí."

Pedras Brancas, 23/07/1926

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Transplante de uma Figueira em Guaiba - RS em 2012

Por ocasião das obras de melhorias na mobilidade urbana e readequação em vista da duplicação de uma industria de celulose foram necessários os transplantes de algumas árvores,  entre elas o dessa magnífica figueira de cerca de 70 anos, que foi deslocada cerca de um quilometro até um parque na beira do lago Guaiba. A primeira imagem é da preparação do local definitivo de seu replantio seguidos da sequencia da ação e por fim ela no local alguns meses depois e na última imagem um ano após o transplante de sucesso.