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Generalidades com Especificidade

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sábado, 24 de julho de 2010

A Canja da Cafeteria Haiti


O dia no trabalho havia sido normal, com os afazeres normais e as ordens repetitivas de sempre. Não tive problemas com os subordinados nem com os superiores. Mas o frio e o dia sombrio convidavam para um algo mais de final de expediente. Sexta-feira saio as 16:00 hs. vou direto ao centro da cidade, pois lembrei da cafeteria Haiti e de sua famosa canja quentinha e saborosa. Estando lá pedi o mais conhecido prato da casa: Uma super canja que vem servida em uma grande terrina de alumínio, com enormes pedaços de peito de frango e aquele super temperinho verde picado por cima. Fiz acompanhar de um fresco pão frances e de uma deliciosa e providencial taça de vinho tinto seco, pois o clima assim o pedia. Ela chegou saborosa e fumegante entregue por uma gentil garçonete já minha conhecida, o vinho chegou em seguida. Amigo eu lhe digo: Em cinco minutos de homeopáticas sorvidas e eu já tinha vontade de tirar o casaco, e em dez minutos a vontade era de ficar sem camisa, o que seria considerado um tanto estranho e proibitivo dado o nível do lugar, que estava lotado de pessoas de todas as faixas etárias e níveis sociais, mas que comiam com educação européia (se é que existe essa educação). Acabei o prato satisfeito, dei a ultima goladada do vinho, levantei a gola do casaco, paguei e tomei a rua. O frio intenso parecia nem me atingir, e fiz a viagem de volta para casa de ônibus, escutando Heavy Horses do Jethro Tull no player, de barriguinha forrada e com uma sensação incrível de relaxamento e conforto. Se Deus quizer volto muitas vezes ainda nesse inverno ao Cafeteria Haiti.

domingo, 18 de julho de 2010

Construindo Cellos


Uma fina chuva de inverno se precipitou hoje, e após o meio dia senti vontade, de aproveitando o friozinho, tirar aquela "pestana". Com o calor gostoso do grosso cobertor não tardei a ferrar no sono, e os sonhos brotaram ligeiramente. De um que lembro com perfeição, foi minha visita a um luthier portugues fabricante de cellos. Onde recebi instruções detalhadas de como adquirir a madeira, finas laminas de compensado especial, que coladas sobrepostas formam um dura e sonora caixa acústica para o instrumento. Os difíceis encaixes em serviços de marchetaria me foram mostrados com detalhes e as emendas necessárias para compensar os pequenos tamanhos de certas peças ainda receberam o requinte de serem mostradas em um moderno programa de computador, que simulava o perfeito encaixe das madeiras. Pude tocar e sentir a dureza das madeiras, sua rudeza quando ainda na fase de preparação, e o aveludado de suas superfícies após o tratamento e lixação. Pude conferir a acústica da grande caixa sonora do instrumento batendo com as juntas dos dedos, pecebendo o poderoso som grave que emanava desse teste. Com grande riqueza de detalhes o artesão me mostrou os pós e diluentes que misturados formam o fino verniz do acabamento, enquanto me falava da importância dessa fase da confecção do instrumento, e de quanto a pintura influenciava no som. O cheiro do verniz era forte e fez com que eu despertasse, mas tenho certeza absoluta que em alguma aldeia perdida nas colinas de algum pais europeu, nesse momento alguem dá os primeiros acordes em um cello novinho em folha, afinando-o e preparando-o para a música.